O MATP recebeu a seguinte resposta do Bloco de Esquerda que publicamos na integra:
Em resposta às inúmeras mensagens recebidas relativas à criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, o Bloco de Esquerda afirma o sua completa discordância com esta decisão do Ministério da Cultura.
O Conselho Nacional de Cultura é um órgão consultivo do Ministério da Cultura criado em 2006 e que só agora foi activado. Este conselho prevê secções especializadas nas áreas das bibliotecas, arquivos, direitos de autor e museus. Por decisão da Senhora Ministra da Cultura foram criadas duas novas secções - artes e tauromaquia - respectivamente pelos Despachos n.º 3253/2010 e n.º 3254/2010, de 22 de Fevereiro.
Se a criação de uma secção especializada em artes aparece, neste contexto, como um passo lógico na resposta a uma evidente lacuna, já a criação de uma secção dedicada à tauromaquia não aparece como necessária nem pertinente.
De facto a cultura é um campo vasto, em que se cruza criação e património, tradição e contemporaneidade, numa pluralidade de manifestações e linguagens. Mas a autonomização de uma particular tradição, no contexto do Conselho Nacional de Cultura, parece querer dar-lhe uma centralidade que não só não tem sentido dada a pouca relevância do sector para a generalidade da população, como desrespeita as outras tradições e expressões culturais que não têm o mesmo reconhecimento.
Esta forçada centralidade da tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura aparece ainda como um esforço anacrónico e desprovido de qualquer sentido, que é particularmente incompreensível visto não resultar sequer de nenhuma reivindicação pública do sector.
Com os melhores cumprimentos,
Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda