quarta-feira, 21 de maio de 2008

Como surgiu a tourada?


"Na Espanha do século III a.C., a caça aos touros selvagens já era um desporto popular, com raízes em cultos religiosos ancestrais. "O animal era celebrado como deus da fertilidade pelos povos mediterrâneos da Antiguidade. Antes dos casamentos, o ritual exigia que o noivo matasse um touro para invocar uma união próspera", diz o antropólogo holandês Marco Legemaate, especialista no assunto. No início da Idade Média, por volta do século V, a matança do bicho havia se consagrado, na península Ibérica, como exercício de coragem e destreza e os touros eram perseguidos até a exaustão por multidões, também comemorando casamentos, nascimentos e baptizados. Algo parecido ocorre até hoje na festa de São Firmino, em Pamplona - onde, todos os anos, mais de 2 mil pessoas correm dos touros soltos nas ruas da cidade espanhola - e na famigerada Farra do Boi, no Brasil, em Santa Catarina.
Mas o registo mais antigo de algo semelhante às touradas actuais só aparece em 1135, como parte dos festejos da coroação de Afonso VII, rei de Leão e Castela. Nessa época, porém, o toureiro era um nobre que enfrentava o touro montado a cavalo e armado de uma lança. "Esse era o teste supremo na preparação dos cavaleiros medievais espanhóis", afirma Legemaate. Para os plebeus, restava o papel de escudeiro, que, a pé, ajudava a liquidar o bicho. Esses papéis seriam invertidos numa surpreendente reviravolta histórica. Com a chegada à Espanha da dinastia francesa dos Bourbon, no início do século XVIII, a nobreza local abandonou diversões rústicas como essa para se entregar aos prazeres da corte, deixando a arena livre para camponeses e boiadeiros criarem a tourada moderna. Resultado: o antigo escudeiro assumiu o papel principal de toureiro e o cavaleiro passou a ser o mero coadjuvante que ajuda a minar a resistência do animal.
"Aí começam a surgir o repertório de técnicas e manobras e o conjunto de regras que definem a tourada como arte popular", afirma Maria de La Concepción Valverde, professora de literatura espanhola da Universidade de São Paulo (USP). A figura-chave nesse processo, ainda no século XVIII, foi o lendário Francisco Romero, o primeiro toureiro profissional, creditado como introdutor da espada, para liquidar o touro, e da muleta, uma capa de tourear menor. Entre 1910 e 1920, a tourada atingiria seu apogeu como febre nacional, estimulada pela rivalidade entre Joselito e Belmonte, famosos por criarem novas manobras espectaculares. Hoje, as 325 arenas espanholas são palco de 17 mil touradas por ano, movimentando mais de 1 bilhão de dólares e empregando 200 mil pessoas - quase 1% da força de trabalho do país. Mas, para os movimentos de defesa dos animais, tudo não passa de tortura sádica. "O sofrimento do touro é explícito, com muita perda de sangue", diz António Abel Pacheco, do Movimento Anti-Touradas de Portugal.



1. No início, a única defesa do toureiro é o capote, capa vermelha de forro amarelo. Incapaz de distinguir cores, o bicho é atraído pelo movimento do pano - o vermelho só serve para disfarçar as manchas de sangue. A manobra fundamental é a verónica: o toureiro segura o capote com as duas mãos e dribla o animal com um recuo de pernas
2. Especialmente treinados para a batalha, os touros pertencem à espécie selvagem mais feroz que existe: Bos taurus ibericus. Eles ficam no mínimo três anos em cativeiro à espera da arena, mas nem os sobreviventes retornam a ela: os touros têm uma memória tão impressionante que poderiam fugir de uma segunda luta
3. Enquanto o matador cansa o touro, entram em acção os picadores, cavaleiros com lanças que espetam o animal para diminuir a força dos músculos do pescoço e das patas dianteiras. Três estocadas bastam para o touro perder quase 2 litros de sangue. Mesmo vendado e protegido por lonas de algodão e camurça, o cavalo também sai ferido com os ataques
4. Outros ajudantes do toureiro, os banderilleros, fincam varas com ponta de arpão na traseira do pescoço do touro, região cheia de terminações nervosas. O objectivo é enfurecer o bicho para o final da luta. Em geral, seis banderillas são cravadas, uma para cada ataque do banderillero, que actua sem protecção
5. No final da luta, o matador enfrenta o touro com a muleta, uma capa vermelha de apenas 56 cm de largura montada num bastonete de madeira, toureada com apenas uma das mãos. Com o toureiro cada vez mais próximo do bicho, as manobras ficam mais arriscadas
6. O toureiro coloca o animal na posição ideal para o sacrifício, distraindo-o com a muleta e mantendo-o de cabeça baixa e com as patas dianteiras unidas. Assim, fica descoberto o "olho das agulhas", região entre os ossos na junção do pescoço, que deve ser atravessada com a espada para que o touro tenha uma morte rápida
7. Se a lança de 90 cm de aço atinge a aorta do bicho, a morte é instantânea. Ao todo, a luta dura cerca de 45 minutos e, para o toureiro, o prémio máximo para um desempenho excepcional é receber as orelhas e a cauda do animal. Pela tradição, os animais mortos são vendidos a açougues depois de retirados da arena"

In Revista Super Interessante, edição 183

terça-feira, 20 de maio de 2008

Festas com Agonia (Vitória: Campanha Concluída!)

Todos os Anos em Viana do Castelo é realizada uma Tourada por altura das Festas da Nª Srª da Agonia.
Após várias manifestações em que o MATP, em conjunto com outras organizações de defesa animal, esteve presente, mais uma campanha foi agora lançada por um grupo de activistas anti-touradas.
Como não podia deixar de ser apoiamos a 100% esta petição e convidamos todos os defensores dos animais a assiná-la em:
http://www.festascomagonia.com/
ACTUALIZAÇÃO:
Campanha concluída Viana do Castelo é agora a 1ª Cidade Anti-Touradas de Portugal !

sexta-feira, 16 de maio de 2008

PETA convida Fernando Alonso a lutar contra as Touradas



Após a Peta (People for the Ethical Treatment of Animals), criticar o piloto de Formula 1, Fernando Alonso, por imitar um matador ao comemorar as suas vitórias de Grandes Prémios, ele deixou de o fazer !

No passado dia 27 de Abril, Raikonnen e Massa garantiram a dobradinha da Ferrari em Barcelona e o motor da Renault de Alonso não aguentou o castigo e parou na pista, para desapontamento dos fâs.

Frio, na véspera, Alonso reagiu com indiferença ao comentário de um repórter, de que ele não era unanimidade na Espanha e respondeu-lhe: "Se não gostam de corridas, que vão às touradas!"

Nós não concordamos evidentemente mas não quereria ele dizer vão à m....?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

TORTURA NÃO É ARTE NEM CULTURA!!!

ATENÇÃO: Este Vídeo não é apropriado para pessoas sensíveis e menores de idade.

Activistas em Acção!


4-05-08, Madrid
Seis activistas de Equanimal han saltado hoy al ruedo de la plaza de toros de Las Ventas durante la celebración de uno de los festejos taurinos de la Miniferia de la Comunidad de Madrid, para reivindicar la abolición de las corridas de toros.En estos momentos los activistas se encuentran detenidos en las dependencias policiales de la comisaría del distrito de Salamanca, Madrid, a la espera de conocer los cargos que se les imputan.
Con esta acción no violenta, la Fundación Equanimal reivindica la abolición de la tauromaquia y los derechos de los animales.Un antes y un después en el activismo en defensa de los animales.
"Hasta ahora, las protestas de los llamados 'antitaurinos' se solían quedar a las puertas de la plaza." El Mundo.es

AS TOURADAS TÊM DE ACABAR!!!...


-Todos os anos, milhares de touros são
torturados, em nome de uma suposta tradição
que insiste em persistir no sofrimento e
posterior morte destes animais.
- A tauromaquia é uma actividade de culto do
sangue e da violência sobre os animais
Só os motivos económicos ganham na luta de
ódio que o Homem tem a cobardia de exercer
sobre os animais.
- Em toda a História da Humanidade sempre
existiram tradições, cultos e crenças cruéis.
Não devemos persistir no erro da manutenção
de tradições retrógradas e sangrentas.
Todos os motivos são válidos para manter o
“espectáculo” tauromáquico:


O TOURO NÃO SOFRE: FALSO


Se um insecto pousa sobre um Touro, este
imediatamente o detecta, o que demonstra a
sua extrema sensibilidade. De outra forma, se
o Touro não sofresse, não serviria de nada
castigá-lo na arena. O sofrimento é um meio
de coacção bem conhecido. Sem dor, a tortura
não tem efeito. Os Touros enquanto animais
como o Homem, também possuem um sistema
nervoso complexo e terminações nervosas
superficiais que lhes permite sentir a dor e o
sofrimento aplicado nas touradas.

SEM TOURADAS NÃO EXISTIRIAM
TOUROS: FALSO


O Touro Ibérico sempre existiu. Em tempos
remotos, os ritos iniciáticos do culto do Touro
distanciavam-se muito das práticas taurinas
actuais. Só mais tarde, com a construção das
praças de touros, em plena época da
Inquisição, na qual a tortura e as execuções de
humanos e animais eram diárias é que a
popularidade das touradas começou a
aumentar. Afirmar que não existiam touros
sem touradas, equivale a dizer que sem
caçadores não existiriam perdizes ou que não
existiriam elefantes sem o negócio do marfim.

    AS CORRIDAS SÃO ARTE E
    CULTURA: FALSO


    Em 1980, a UNESCO (Organização das
    Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
    Cultura), emitiu a sua conclusão a respeito das
    corridas de touros - “A tauromaquia é uma arte
    venal de torturar e matar animais em público,
    segundo determinadas regras. Traumatiza as
    crianças e os adultos mais sensíveis; agrava o
    estado dos neuropatas atraídos por estes
    espectáculos e desnaturaliza a relação entre o
    ser humano e o animal. Por tudo isto, constitui
    um desafio à Moral, à Educação, à Ciência e à
    Cultura.” A crueldade que humilha e mata pela
    dor, jamais se poderá considerar Cultura.
    Vamos chamar as coisas pelos seus nomes –
    negócios de crueldade, nunca serão arte nem
    cultura.


MATP - MOVIMENTO ANTI-TOURADAS DE PORTUGAL
Apartado 55102 - E.C. da Galiza 4051- 401
Porto - Portugal
www.matp-online.org
e-mail : matp@matp-online.org