quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O espectáculo bárbaro das touradas à corda




O espectáculo bárbaro das touradas à corda

Na região espanhola de Valencia morreram 16 pessoas como consequência das touradas à corda nos últimos cinco anos. Sem dados ainda de 2019, o número de feridos de 2015 a 2018 nesta região foi de 3.333 pessoas.

Desconhecemos o número exacto de mortos e feridos em Portugal, pois é uma informação que infelizmente é sempre escondida. Também desconhecemos o número de touros mortos ou gravemente feridos, algo também relativamente frequente nas touradas à corda no nosso país.

O que sabemos é que nada justifica esta violência contra pessoas e animais. Sabemos que quando algumas pessoas precisam da violência -seja ela tradicional ou não tradicional- para se divertir, manifestam um comportamento claramente doentio. E sabemos que umas instituições públicas que apoiam estas práticas violentas com o dinheiro de todos são umas instituições que desrespeitam o mandato constitucional de cuidar da saúde pública, de melhorar a cultura do país, de gastar judiciosamente dinheiro público e de levar o nosso país para um futuro que todos queremos melhor.



Fonte: ver aqui.

sábado, 24 de agosto de 2019

Protesto em Baião - Agradecimentos




O MATP – Movimento pela Abolição da Tauromaquia de Portugal muito agradece a todos os que colaboraram e em especial a todos os que estiveram presentes ontem, dia 23 de agosto de 2019, sexta-feira, com início pelas 17h00, na ação de protesto contra a tourada realizada nesse dia, pelas 17h30, no lugar de Ingilde, concelho de Baião, ação esta que teve iniciativa da ativista abolicionista Sónia Bacelar Coutinho, promoção, apoio formal e oficial do MATP e colaboração dum muito empenhado grupo de abolicionistas locais e de outros pontos do país.

Esta iniciativa contou com a presença de elementos do MATP, da população de Baião e concelhos vizinhos e doutros pontos do país, mas também foi honrada com a presença de orgãos de comunicação social e personalidades da sociedade civil como o Sr. Maestro António Vitorino de Almeida, a Sr.ª Deputada do Bloco de Esquerda Maria Manuel Rola, a candidata pelo PAN à Assembleia da República e atual Deputada Municipal do Porto, Bebiana Cunha, o Deputado Municipal do PAN da Câmara Municipal de Matosinhos e diretor da ESAD, Albano Lemos Pires e representantes do PAN Penafiel.

A todos muito agradecemos a presença e apoio. O partido Os Verdes, por motivos de agenda não esteve presente e o LIVRE, apoiou a iniciativa, mas não pôde confirmar a presença. Esta foi uma iniciativa apartidária, aberta à participação de todos e que contou, ainda, com o apoio da atriz Sandra Cóias, o qual já expressou nas redes sociais.

A todos estes também agradecemos o apoio assim como à Guarda Nacional Republicana presente no protesto e que tudo fez para que o mesmo pudesse correr sem distúrbios o que, infelizmente, nem sempre foi possível evitar da parte da agressiva aficion que confrontou o protesto.

Um agradecimento especial também aos Companheiros Alexandre Bastos e Vasco Reis que fizeram um esforço extra ao se deslocarem de bastante longe para o local da ação, respetivamente de Beja e do Algarve.

Esta ação que promovemos foi em prol de uma sociedade mais justa e compassiva, que se orgulhe pelo respeito pela vida do Outro, independentemente de ser animal humano ou não humano.


A Equipa do MATP



quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Protesto anti-tourada em Baião




Protesto anti-tourada em Baião

No próximo dia 23 de Agosto irá realizar-se uma tourada em Baião, inserida nas festas de S. Bartolomeu. Junta-te a este protesto pacífico frente à praça de touros:
Sexta-feira, 23 de agosto de 2019 às 16h/17h
Ingilde, Baião


Enviem o seguinte e-mail de protesto

Para: geral@cm-baiao.pt, presidencia@cm-baiao.pt
Cc: Movimento pela Abolição da Tauromaquia de Portugal

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Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Baião Dr. Paulo Pereira

Excelência,

Escrevo a V. Exa. no âmbito da corrida de touros agendada para 23/08/2019 em Baião.

Tendo em conta que:

1. Os mais recentes estudos científicos comprovam, inequívoca e cabalmente, que os animais de várias espécies, incluindo touros e cavalos são seres sencientes capazes de sentir prazer, dor e sofrimento, físicos e psicológicos, e experimentar sentimentos de alegria, medo e angústia;
2. Touros e cavalos experimentam um sofrimento atroz, físico e psicológico, antes, durante e depois das touradas;
3. A legislação portuguesa reconhece a necessidade de protecção dos animais (“São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal” Lei 92/95), mantendo uma inexplicável excepção para a tauromaquia;
4. A tauromaquia é uma prática cruel e obsoleta que tem suscitado enorme repúdio e indignação na sociedade civil portuguesa e mundial. Massacrar animais gratuitamente para entretenimento não é próprio de sociedades evoluídas e embaraça muitos portugueses face a uma Europa que se distancia cada vez mais de práticas bárbaras e que causam sofrimento a seres sencientes;
5. A tauromaquia é ainda uma prática perigosa para os seres humanos, a comprová-lo estão os incontáveis casos de lesões graves e muitas fatais entre os seus intervenientes;
6. Estudos comprovam que a violência para com animais predispõe à violência para com humanos, sendo que no historial de muitos criminosos constam inicialmente episódios de maus-tratos persistentes a animais;
7. A tauromaquia está em franco declínio e só subsiste nos dias de hoje graças a apoios mais ou menos explícitos por parte do Estado, quer através do poder central, quer através das autarquias;
8. As autarquias, por se encontrarem numa situação vantajosa de proximidade das populações, têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais civilizada, evoluída e distante de práticas que deveriam ter ficado no passado, e os executivos municipais têm por obrigação associar-se a eventos que promovam a evolução das pessoas e das regiões, ligando o seu nome a práticas positivas e construtivas de avanço civilizacional que o sec. XXI impõe.

Face ao exposto, peço a V. Exa. que faça tudo o que estiver ao seu alcance no sentido da não realização da tourada em causa ou de qualquer outra.

Com os melhores cumprimentos,

Nome:
NIF:
Morada:
Contacto:


terça-feira, 13 de agosto de 2019

A luta pelo fim das práticas tauromáquicas


Quando a palavra "sadismo" escapa de um dicionário, entrando na verbalização e na prática, é porque a razão nos deu o alerta para algo inconcebível e macabro!

A lei dos homens penaliza apenas alguns desvios comportamentais, enquanto aplaude outros, por considerá-los de menor importância, no entanto, a dantesca visão de qualquer ser vivo sujeito a tortura, é sem sombra de dúvida a imagem de sociedades doentes e destituídas dos seus valores mais básicos, éticos e humanos!

É assim com quem aplaude o sangue e é assim com quem dele sustenta os seus instintos mais primários, dominando e torturando os seres mais frágeis, por lhe ser vedado legalmente o direito de o fazer aos da sua própria espécie, o que apenas acontece a indivíduos enfermos, pobres de espírito, ou depravados mentais, com evidente baixa auto estima e dificuldades óbvias de inserção num universo de paz e igualdade que a todos deveria pertencer!

A tauromaquia é, portanto, um caso grave de saúde pública, analisado cientificamente em comunidades e países mais desenvolvidos, mas ainda propositadamente ignorado onde se pratica!

Sem me alongar por outros meandros do sadismo humano e porque estamos na época de certas "tradições" abjectas, hoje precisei mais uma vez de dar largas aos sentimentos, já que não me é possível regenerar certas consciências, nem curar as inúmeras demências que neste mundo teimam mascarar, com argumentos descabidos e ridículos.

Vamos então à tourada e às suas variações de sadismo, geralmente potenciadas pelo álcool. Porque será que esta "tradição" ainda resiste, conseguindo ainda ser defendida por alguns com tanto desespero?

Verificam-se igualmente estes comportamentos de frustração e violência gratuita, no futebol, na caça e em espectáculos onde se aplaudem animais abusados, em evidente sofrimento e stress.

O frágil conceito de "cultura", ganha, nestes casos contornos bem distintos da sua real essência contemplativa e didáctica, para se tornar o escape dos sentimentos mais sórdidos e imorais.

A Igreja Católica, desde sempre coesa com os poderosos e desvirtuando a sua  essência moral e compassiva, por iguais razões, compactua despudoradamente com estas práticas, porque questionar demais é perigoso e os "rebanhos" querem-se mansos, fáceis de manipular e sabiamente domesticados.

A corrupção fica assim impune, porque as instituições públicas continuam a financiar, tanto às claras como através de subterfúgios, todas estas atrocidades, enquanto as populações menos instruídas e esclarecidas, não percebem que esse escape das suas mais básicas frustrações, está apenas a ser usado para benefício das mesmas minorias que os enganam e exploram.

A luta pelo fim das práticas tauromáquicas, mexe com os interesses e vantagens de muitos, por isso, quando se contesta, ataca-se todo um sistema antagónico à evolução de um povo e ao seu direito à cultura, ao mesmo tempo que se formatam crianças para a continuidade de uma vergonha que coloca o nosso país na cauda das opiniões internacionais mais abalizadas e honestas.

É sem dúvida a corrupção e o compadrio que sustentam e vão mantendo possíveis, estas actividades que embora moribundas, só resistirão enquanto não se achar que é imperativo o seu desmembramento através da constante e aguerrida contestação, militância e do voto consciente, porque enquanto se alimentarem no poder governantes desonestos que se sentem seguros e protegidos por posições obsoletas e criminosas, jamais seremos um país digno de pertencer ao século XXI, nem seremos vistos por quem nos visita, como uma nação habitada por um povo civilizado, pertencente a uma velha Europa que apesar dos seus erros do passado, hoje se pretende exemplar pela sua cultura, ética e progresso.

Teresa Botelho