Mensagem pertinente relativa à transmissão de corrida de touros no passado dia 4 de Outubro, dia Mundial do Animal:
"Exmos. Senhores,
Hoje é O Dia Mundial do Animal!
Acabei de constatar, no site da RTP, que está prevista a transmissão de uma corrida de touros, para mais logo, no canal 1. Se já é inaceitável a emissão de espetáculos tauromáquicos em dias normais, no dia de hoje é uma afronta.
No Dia Mundial do Animal, comemora-se, desde 1931, a celebração da vida animal em todas as suas vertentes. Parece-me, pois, completamente despropositado que uma estação de televisão emita um espetáculo de morte lenta de animais numa data como esta.
Apelo à RTP para que cancele a transmissão da corrida de touros em causa, tendo em conta o que nesta data se comemora. Apelo ao Sr. Provedor do Telespectador para que interceda.
Na expectativa de que a RTP exclua de imediato a “Corrida de Gala à Antiga Portuguesa para Encerramento do Abono 2012 ” da grelha de programação,
"Cientifica e éticamente:
Plantas não têm sistema nervoso, logo vegetam sem sensibilidade dolorosa e sem tomada de consciência, nem capacidade de fugir perante agressão, ferimento, corte, queimadura.
Animais (humanos e não humanos) pelo contrário, têm órgãos muito diferenciados e um sistema nervoso, que lhes permite terem sentidos e percepção, experimentarem sentimentos, sentirem prazer receio, susto e dor, etc.
A sensibilidade, a consciência de perigo e a percepção de dor são essenciais para a defesa da integridade física e para a sobrevivência. Sem isso, estaríamos expostos sem reacção à agressão, ao corte, à queimadura e não fugiríamos do perigo.
A pele, o couro, as aponevroses, os músculos, os aparelhos e os sistemas dos corpos estão providos integralmente de uma densa rede de terminações nervosas e de corpúsculos, que recebem estímulos capazes de provocarem sensações variadas e de dor.
Muito recentemente a Declaração de Cambridge sobre a consciência dos animais, elaborada e assinada por uma nata de cientistas, informou isso mesmo, que os animais têm consciência e experimentam sentimentos.
No touro e no cavalo, tal como no homem, não há zonas desprovidas de sensibilidade, nem estados de disposição que eliminemtais fenómenos, ao contrário das aberrações que possam afirmar certos fantasistas utilitários e branqueadores da crueldade do cravar de ferros no touro, do apertar de esporas no ventre do cavalo e dos ferros alavancados na boca do cavalo.
Por estes factos apreendidos pelo senso comum e confirmados pela ciência, o touro e o cavalo sofrem imenso, antes, durante e após as touradas.
Autorizar e apresentar este massacre como espectáculo é infame. Retransmitir isto na televisão é uma vergonha e uma afronta aos portuguese e um tremendo deprestígio para Portugal.
Vasco Reis, médico veterinário"