quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Proteste pela realização de uma tourada em Mogadouro


Está agendada para o próximo dia 15 de Agosto a realização de uma tourada em Urrós, Mogadouro (Trás-os-Montes). Por favor, escreva à Câmara Municipal e à Junta da Freguesia mostrando o seu descontentamento e pedindo à Câmara que pare de apoiar este tipo de actividade violenta. Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.

Para:
presidente@mogadouro.pt
dasc@mogadouro.pt
geral@mogadouro.pt
assembleia@mogadouro.pt
urros@jfreguesia.com
norte@lusa.pt



Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, Francisco Guimarães,
Exmo. Senhor Presidente da Junta de Urrós, Belarmino Silvestre Pinto,
Exmos. Senhores Vereadores da C. M. M.,
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Mogadouro,
Exmos. Senhores Membros da A. M. M.,

Após ter tomado conhecimento de que está agendada para o próximo dia 15 de Agosto a realização de uma corrida de touros em Urrós, Mogadouro, venho, pelo presente, declarar o meu repúdio pela realização de tal actividade violenta com o apoio da Câmara Municipal e pedir à Câmara Municipal de Mogadouro e à Assembleia Municipal de Mogadouro que a não apoiem e que não permitam a sua realização nos anos seguintes.

As corridas de touros são uma questão que divide a sociedade portuguesa, mas cada vez menos.

Considero a tourada um espectáculo degradante e cruel, indigno de uma sociedade moderna e civilizada, no qual se inflige aos touros um sofrimento atroz para regozijo dos participantes.

Mas a minha rejeição da tauromaquia não se prende apenas com o sofrimento dos animais: considero que é um espectáculo que contribui para o aviltamento, para a degradação do próprio Homem porque convida à insensibilidade perante o sofrimento do Outro.

“Paisagens maravilhosas de contrastes acentuados: de cores, que vão do amarelo intenso das giestas ao branco das amendoeiras; de formas, onde o planalto se destaca por contraste com as arribas do Douro; da pureza do ar e da preservação dos bens da natureza, sublimados no Parque Natural do Douro Internacional com a riqueza da sua fauna e flora tão característica.” Assim se apresentava a encantadora Vila de Mogadouro de que os cidadãos Mogadourenses se orgulham. Esta imagem saudável em nada de identifica com as poeirentas e ensanguentadas práticas tauromáquicas.

CONSIDERANDO QUE:

• a ciência reconhece, inquestionavelmente, que o touro, enquanto mamífero, é um animal com um circuito neuro-sensorial idêntico ao do Homem, o que implica que perante determinados estímulos sente efectivamente dor, medo, angústia e ansiedade;

• vários estudos de natureza psicológica e sociológica mostram que quando aprendemos a ser indiferentes ao sofrimento dos animais, mais facilmente assumimos comportamentos anti-sociais e até criminosos;

• o progressivo abandono de tradições contrárias a um sentido humanista de cultura, é o que caracteriza a evolução mental e civilizacional das sociedades e melhor corresponde à sensibilidade contemporânea;

• a existência de touradas no século XXI constitui um embaraço para a Vila de Mogadouro e para Portugal face à comunidade internacional, configurando a imagem de um país com pessoas e práticas bárbaras;

• a corrida de touros realizada na freguesia de Urrós nem sequer integra as Festas e Romarias mais significativas do concelho de Mogadouro,

venho reclamar uma Vila bela, limpa e progressiva, livre de espectáculos cruéis, indignos de uma sociedade moderna e civilizada, como as corridas de touros, pedindo, para o efeito, a V. Exas. que não apoiem a corrida de touros realizada anualmente, em Agosto, na freguesia de Urrós e que não permitam a sua realização.

Cordiais cumprimentos,