domingo, 21 de fevereiro de 2010

A proibição de caça torna-se definitiva na Inglaterra

Mais uma vitória
21 de fevereiro de 2010
Por Giovanna Chinellato
Cinco anos atrás, o país baniu a caça a raposas. Foi feita uma declaração esclarecendo que não há espaço para caçar com cães na Inglaterra moderna.
Tendo banido armadilhas para ursos e rinhas de cães há mais de 150 anos, finalmente o país concluiu que jogar um animal contra outro por “esporte” não é comportamento de uma sociedade civilizada.
E a sociedade está de acordo com a decisão do parlamento. Setenta e cinco por cento das pessoas se opõem à caça a raposas e mais de 80% se opõe à caça de lebres e de veados – outros “esportes” ilegais.

Grupos que apoiam a caça esperam que a lei seja anulada
Primeiro, aqueles a favor da caça argumentaram que as cidades simplesmente não entendiam a tradição de quem vive no campo. Mais recentemente, abandonaram esse argumento por votação, mostrando que a zona rural também é a favor do banimento. Os últimos resultados mostraram que 72% são a favor de banir a prática, quase a mesma porcentagem das cidades. O país está cada vez mais se unindo contra a crueldade – e faz muito bem.
Aqueles a favor logo mudaram de tática. Falam que o banimento devastaria a economia rural. Vários estudos– incidentalmente pagos por grupos pró-caça – têm visto na caça apenas prejuízo econômico e dezenas de cães morrendo. Após cinco anos do banimento nada disso aconteceu. Não há evidências de perda de emprego significativa e a vida rural continua um tanto quanto antes. Então novamente mudaram a abordagem. Em vez de tentar justificar a crueldade ou criticar o banimento, agora dizem que devem abolir a lei, pois muitos membros da sociedade de caça a quebram! Trata-se de um argumento absurdo. Realmente, desde que a lei está em vigor, muitos têm sido processados. E um relatório recente da RSPCA afirmou que a legislação compara favoravelmente os casos com leis de proteção ambiental.
Como uma raposa numa caçada, aqueles que defendem a caça estão ficando sem opções. Está cada vez mais claro que é uma perda de tempo argumentar.

Mas eles ainda não desistiram. Suas últimas esperanças são que os conservadores ganhem as eleições e quebrem a lei, mesmo o povo sendo contra tal ato.
E a teoria tem sido apoiada. Os conservadores, ironicamente chamados “porta-vozes do bem-estar animal”, disseram recentemente que trarão de volta a caça com cães logo depois das eleições – com apoio do governo, no tempo do governo.
A lei no entanto, não deixa claro se também liberaria da caça lebres e veados.
Mas o povo precisa estar atento, entretanto, para trazer o debate publicamente.
Os conservadores dizem ter mudado. Mas sua posição a respeito da caça deixa bem claro que não. Eles sabem que o público discorda. E eles sabem que se trata pura e simplesmente de crueldade com animais.

Fonte: Guardian UK via ANDA
Image by: USFWS
Video: Foxhunting Cruelty

3 comentários:

joao disse...

Boas companheiros,essa noticia não é verdade, estou no sul rural de Inglaterra, e partecipei numa manif contra a caça a raposa, e vi os caẽs a correr no mato e nos pastos, vi os caçadores a cavalo,a verdade é que foi mais uma lei para calar as pessoas. Há quem diga que não caçam , mas isso śo se os cães souberem destinguir coelhos de raposa, tudo continua na mesma.
e ja'agora em Portugal temos caça semelhante, e legalizada, que já é usada como turismo, venha ao ribatejo caçar uma raposa antes de ir ao Allgarve.
Alguns dos senhores que apoiam e patrocinam esta caça tambem estão dentro da touradas, principalmente com os cavalos.
http://cavalonet.com/esh/

MATP Movimento Anti-Touradas de Portugal disse...

Olá João,
Obrigado pelo comentário. Limitamo-nos a transcrever uma notícia da ANDA mas pelos vistos há detalhes importantes que nem sempre passam para os media...Lamentável!
Quanto a Portugal é verdade e até temos dos caçadores no seu site frases que são verdadeiras perolas tipo: "Neste tipo de caça, o animal perseguido é posto à prova na sua aptidão para sobreviver" ou "a caça à raposa a corricão é vantajosa para o próprio animal caçado"...Os argumentos usados na defesa deste tipo de crueldade animal são como sempre absurdos.

MarinaVicente(= disse...

Nunca tinha desconfiado da existência "disto" (como sempre falta-me a palavra para definir práticas tão desumanas).

Não sei se tenho mais alguma coisa a dizer. Estou chocada...