«Divertimentos bárbaros, impróprios de nações civilizadas, que servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade» Passos Manuel, 1836.
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Misericórdias sem misericórdia com os animais
De acordo com notícias vinda a público a União das Misericórdias Portuguesas, assinou no passado dia 9 de junho de 2018 um protocolo com a Federação Portuguesa das Associações Taurinas – Prótoiro com o objetivo de dinamizar cerca de 35 praças de touros.
Trata-se de um ato vergonhoso feito por uma instituição que devia estar ao serviço das populações e de um melhor relacionamento entre todos os seres vivos.
O MATP solidariza-se com todos os portugueses de bom coração que estão a contestar tal decisão e apela a uma forte campanha de protesto de todos os amigos dos animais. Nesse sentido vimos solicitar o apoio para a campanha, promovida pela Plataforma Basta, de envio de mensagens ao Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, através de um formulário que pode ser encontrado no seguinte endereço:
http://basta.pt/misericordia/
Exmo. Senhor Presidente da União das Misericórdias Portuguesas,
Tive conhecimento que a União das Misericórdias passou a fazer parte da Direcção da Prótoiro - Federação de defesa da tauromaquia, assinando um protocolo com o objectivo de dinamizar cerca de 35 praças de touros do país.
Manifesto a minha profunda indignação com esta decisão por parte de uma instituição que tem grande responsabilidade na promoção do apoio social. Considero muito grave que as Misericórdias promovam, apoiem e se associem publicamente a uma actividade cada vez mais contestada, que divide a sociedade e que implica grande violência, mortes e maus tratos a animais.
As touradas são responsáveis por inúmeros acidentes graves, por vezes com mortes, além de causarem intenso e prolongado sofrimento a milhares de animais todos os anos, com mais de 1.000 touros mortos e vários cavalos feridos. Numa altura em que os maus tratos a animais já são crime em Portugal, é muito grave que as Misericórdias se associem a uma actividade que contraria os valores de respeito e empatia por outros seres vivos, e que implica sangue e violência.
Espero que a Direção da União das Misericórdias reconsidere esta decisão, a bem do bom nome da instituição e do progresso civilizacional da nossa sociedade.
Com os melhores cumprimentos,
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