domingo, 28 de março de 2010

Milhares de pessoas pedem em Madrid a abolição das Touradas numa manifestação histórica

Foi um enorme exito a manifestação pela abolição da tauromaquia e contra a sua nomeação como Bem de Interesse Cultural em Madrid. A afluencia de manifestantes foi muito grande, calculada em mais de 20.000 pessoas.

A Plataforma 'La Tortura no es cultura'  reuniu milhares de pessoas na manifestação que convocou no centro de Madrid contra a declaração da Tauromaquia como "Bien de Interés Cultural" (BIC) por parte do Governo regional. Diferentes asociações de protecção animal de toda Espanha uniram-se nesta plataforma com o objetivo de protestar contra a declaração de BIC anunciada pela Comunidade e secundada pelos governos regionais de Valencia e Murcia, "em todos os casos de maneira unilateral e sem consultar qual é o verdadeiro interesse cultural dos cidadãos na actualidade".

"A tauromaquia provoca a morte e o sofrimento de milhares de animais todos os anos, e não pode ser justificada de nenhuma maneira. Uma tradição já repudiada não pode ser imposta como um BIC para todos os cidadãos de uma ou várias regiões", declararam os membros da Plataforma.


Contra a "Fiesta Nacional"

Ruth Toledano, (escritora e jornalista, colunista do El País. Membro do Comité de Honra da Fundação Altarriba. Licenciada en Filología e autora de livros de poesías) recordou que as diferentes sondagens que se têm realizado indicam que 70% dos espanhois estão contra a "Fiesta Nacional", pelo que se mostram "indignados" pela decisão da Comunidade de Madrid. A portavoz também denunciou que cada espanhol destine na sua declaração de impostos 47 euros para a Tauromaquia..

A manifestação foi convocada pelas associações ADDA, Amnistía Animal Madrid, ALBA, Altirriba, ANDA, AnimalNaturalis, ANPBA, CAS Internacional, Ecologistas en Acción, Equanimal, FAADA, FAA, FAPAM, FEBA, Libera!, PACMA y PROA. Apoiaram o manifesto personalidades do mundo da cultura como Juan José Millás, Lucía Etxevarría, Fernando Delgado, Rosa Montero, Elvira Lindo, Ignacio Escolar y Juanma Bajo Ullóa, entre outros.


Alexandre Herculano nasceu há 200 anos: Um respeitado e muito querido representante da Cultura Nacional


Faz hoje 200 anos que nasceu Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de Março de 1810) foi um escritor da era do romantismo, um historiador, um jornalista, e um poeta português. Alexandre Herculano é considerado um dos maiores portugueses do século XIX. Um símbolo da nossa cultura.

A sua vasta obra literária e em particular o prestígio que a sua obra “História de Portugal” lhe granjeara leva a Academia das Ciências de Lisboa a nomeá-lo seu sócio efectivo (1852) e a encarregá-lo do projecto de recolha dos “Portugália e Monumenta Histórica” (recolha de documentos valiosos dispersos pelos cartórios conventuais do país), projecto que empreende em 1853 e 1854. Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal.

Dele é a frase em que se refere às touradas: "…espectáculo de eras barbaras, que a civilização, desenvolvendo-se gradualmente por alguns séculos, ainda não soube desterrar da Península, e que nos conserva na fronte o estigma dos bárbaros, embora tenhamos procurado esconder esse estigma debaixo dos ouropéis e pompas da arte moderna e pleitear a nossa vergonhosa causa perante o tribunal da opinião da Europa com sofismas pueris e ineptos." In O Bobo.

A singela homenagem que o MATP – Movimento Anti-Touradas de Portugal hoje lhe faz e que os nossos governantes se esqueceram, é também pelo facto de ter sido como muitos dos seus contemporâneos um grande lutador Anti-Touradas, com uma enorme convicção e coragem que serve de exemplo e motivação a todos nós. De sua autoria é a citação: “Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais”.

Alexandre Herculano continuará a ser um símbolo da Cultura Nacional que a actual ministra da cultura subestima ao incluir a Tauromaquia neste conceito.

Fonte: MATP - Movimento Anti-Toradas de Portugal