quinta-feira, 30 de agosto de 2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fim dos dinheiros públicos para touradas

 
 
 
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"Associação ANIMAL defende fim da “vergonhosa” excepção que legalizou touros de morte", in Público

A associação ANIMAL defendeu esta segunda-feira o fim da excepção criada há dez anos para legalizar o espectáculo “demoníaco” das touradas com touros de morte em Barrancos, que considera “vergonhosa” e o resultado de “uma enorme cobardia política”.
“A ANIMAL defende que esta vergonhosa excepção à lei, que é o resultado de uma enorme cobardia política e nunca devia ter sido concedida, deixe de estar em vigor”, disse à agência Lusa a presidente da associação, Rita Silva.

Segundo a responsável, “o espectáculo [de touradas com touros de morte] de Barrancos é verdadeiramente demoníaco, assustador, horrível. É a perseguição de animais pelas ruas seguida da sua morte lenta para gáudio de pessoas”.

Em declarações recentes à Lusa, o presidente da Câmara de Barrancos, António Tereno, tinha dito que a polémica sobre as touradas com touros de morte na vila pertence ao passado e “nada verga” a comunidade local no cumprimento da tradição.

“Em nome dos animais, a ANIMAL também não verga e esta polémica não é coisa do passado”, reagiu Rita Silva, referindo que a associação está “a trabalhar muitíssimo” para “proibir, de uma vez por todas, a excepção criada para Barrancos”, mas também para “proibir a tauromaquia em Portugal”.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Toro bravo salvado de la corrida y su hermosa amistad con Christophe Thomas




Need more proof? Need more arguments? What else do you need to end torture?

Marcas de Indiferença Perante Sofrimento Gratuito


Ainda há marcas que não se distanciam das interrupções comerciais das touradas televisionadas, mas são cada vez menos! Estas da imagem, correspondem à vergonhosa "corrida" RDP/RTP da passada sexta-feira e têm mais é que ser divulgadas e boicotadas.

E, já agora:
Caso ainda não o tenha feito, de que é que está à espera para enviar esta mensagem simpática para os principais anunciantes? Esta aqui: https://www.facebook.com/notes/marinhenses-anti-touradas/basta-de-touradas-na-televisão/458401740860061

Fontes:

sábado, 25 de agosto de 2012

"Sejam Pró-ativos: A Inação e a Indiferença Não São Opções" por Marc Bekoff


 
“Embora haja muitas pequenas e fáceis ações que possamos realizar para ajudar os animais, duas coisas que já não são aceitáveis são a inação e a indiferença. Atingimos o ponto em que já chega, ou na verdade, em que o que já chega é demasiado - causamos muitíssimo sofrimento e dor desnecessários no mundo. Existem canários em minas de carvão por todo o mundo a dizerem-nos que há algo de profundamente errado.
O laureado Nobel e pacifista Elie Wiesel encoraja-nos: «Tomem partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado.» O silêncio é mortal para os animais. Há um sentido de urgência – o tempo não está a nosso favor. A indiferença sai muito cara. Temos de agir agora com compaixão e amor por este magnífico mundo.
Naturalmente, não deveremos deixar que a raiva nos guie. Temos de nos manter ativistas com compaixão, constantemente. É isso que nos dá verdadeiro impacto para influenciar os outros, mas também nos ajuda a nós mesmos. Sermos bondosos faz-nos sentir bem; é uma experiência profunda, e mesmo espiritual, espalhar a compaixão, a bondade e o amor. E também é contagioso. Temos de ser bondosos e simpáticos e cooperarmos uns com os outros, para podermos definir e trabalhar com objetivos comuns, mesmo quando discordarmos a respeito da via exata. Nunca poderemos ser demasiado bondosos, nem ninguém é perfeito. A humildade e a via para avançar é reconhecermos as nossas próprias imperfeições, mesmo quando procuramos a mudança nas ações dos outros. Devemos questionar a ação de uma pessoa e não atacarmos as pessoas em si.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

VACADAS E GARRAIADAS por Dr. Vasco Reis

 
Fonte: http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/

"Na tauromaquia são várias as modalidades de abuso de bovinos, tanto em âmbitos privados, como em  espectáculos organizados para diversão, desde touradas até garraiadas, vacadas, etc.
Para quem não saiba do que se trata, pode informar-se por vídeo no YOU TUBE.
 
Sofrimento começa na captura e possível “preparação” do bovino para o espectáculo com acções, intervenções para enfraquecer o animal. Prossegue no transporte causador de pânico, claustrofobia, desgaste, até chegar à arena. O sofrimento prossegue aqui com susto, provocação por muita gente, ludíbrio por muita gente, violência física por muita gente, esgotamento anímico e físico, ferimentos (por vezes morte). Prossegue depois com mais violência na recolha, no transporte, etc.
Em algumas intituladas garraiadas, acontece o cravar de bandarilhas, farpas. 
 
É fundamental argumentar científica, ética, cultural, socialmente ou seja, civilizadamente, para justificar o ponto de vista dos respeitadores dos animais e opositores da tauromaquia e, assim, contribuir para diminuir o sofrimento provocado pelo Homem sobre os animais não humanos.
É muito fácil rebater os argumentos do lobby tauromáquico, que para branquear o espectáculo cruel, faz uso de afirmações fantasiosas e não respeita o senso comum, a ciência e a ética.

Plantas são seres sem sistema nervoso, não sensientes e sem consciência.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa, ausentes nas plantas. Portanto, medo e dor são essenciais e condições de sobrevivência.
 
A ciência revela que a constituição anatómica, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento.
Eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto, ao prazer e à dor.
Descobertas recentes confirmam que animais, muito para além de mamíferos, aves , polvos, são seres inteligentes e conscientes.
O senso comum apreende isto e a ciência confirma.
É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"Como os aficionados contribuem para a luta antitourada" por Francisca M. Ávila, em O Baluarte de Santa Maria


"Nos últimos dias, a propósito das festas de Viana do Castelo, muito se tem falado de touradas.
Em 2009, Viana do Castelo tornou-se oficialmente uma cidade antitourada, integrando a rede de cidades saudáveis. A decisão, para além de pacifica acolheu a simpatia dos Vianenses e de gente de Portugal Continental, ilhas e por outros cantos do mundo.
Nos últimos tempos, o lóbi tauromáquico tem enfrentando grandes dificuldades. Dificuldades essas que não são mais do que os frutos de um desenvolvimento social, cívico e do crescimento de uma conscencialização ecológica. Por outras palavras: progresso.
As investidas do lóbi tauromáquico para contrariar e estagnar o desenvolvimento da consciencialização social das populações têm sido um tanto desastrosas para si próprios e benéficas para a causa antitourada.

MOVIMENTO "Fim dos dinheiros públicos para as touradas"



AMIG@S P.F PARTICIPEM NESTA INICIATIVA DO GOVERNO
O VENCEDOR SERÁ RECEBIDO PELO PRIMEIRO MINISTRO

"Fim dos dinheiros públicos para as touradas"

Portugal atravessa um momento preocupante de crise económica.
Os cortes na despesa obrigaram ao encerramento de centenas de escolas, serviços de saúde e outros serviços públicos em vários pontos do país, situação que implica um esforço suplementar das populações que se viram privadas destes serviços.

Simultaneamente, na região do Alentejo e Ribatejo têm vindo a ser reabertas várias praças de touros que se encontravam inactivas, com recurso a dinheiros públicos: As Praça de touros de Monforte, Estremoz, Azambuja e Setúbal são apenas alguns exemplos recentes (+ de 3,250,000 euros) a juntar a outros anunciados como é o caso da construção da “nova praça de touros da linha de Cascais”.
Em Monforte, a Câmara apresentou em Julho de 2012, um projecto para transformar uma Escola encerrada na sede do Grupo de Forcados e num Centro de Tauromaquia. Tudo isto pago com fundos Comunitários do PRODER.

A realização de touradas em Portugal depende dos subsídios para a criação de bovinos de lide (através da PAC) e dos apoios financeiros das autarquias (aquisição de milhares de bilhetes, apoio a associações e grupos de forcados, publicidade, reabilitação de praças, etc.). Estes apoios custam anualmente ao Estado português cerca de 16 milhões de euros.

Os cidadãos subscritores deste Movimento não aceitam que os dinheiros públicos sejam utilizados na perpetuação de uma actividade anacrónica, contrariando a tendência mundial de abolição deste tipo de divertimentos e consideram o encerramento de escolas e hospitais e a abertura de novas praças de touros é imoral, injusto e inaceitável.

MOVIMENTO "Fim dos dinheiros públicos para as touradas"
Para votar carreguem em APOIAR no final do texto.
Se ainda não está registado/a no Portal do Governo terá que fazer o registo ou entrar com a sua conta do Facebook.

in O Meu Movimento - Movimento do Rui Manuel

Diz que é uma espécie diferente por Luísa Bastos in ESQUERDA.NET


Até agora, todo o argumento que tenta estabelecer uma distinção moral entre animais não humanos e humanos falhou. Falham porque ao estabelecer qualquer distinção, vão sempre deixar de fora alguns humanos, como por exemplo, bebés, algumas/ns portadoras/es de deficiências e comatosos.
 Estes argumentos tentam assentar em características como a razão ou a capacidade de planear o futuro, entre outras.

Mas de onde advém o estatuto moral de um ser que justifica a reivindicação de direitos morais? Há quem defenda que só tem direitos quem tem deveres. Isto é obviamente falso, porque, por exemplo, não vamos deixar de atribuir direitos às crianças e, certamente, não lhes iremos atribuir deveres. O mesmo se pode dizer de pessoas portadoras de deficiências graves.
 O estatuto moral de um ser advém dos seus interesses ou, coletivamente, do seu bem-estar. Por isso nos chocamos tantas vezes com notícias de que há populações devastadas pela fome ou por uma catástrofe ambiental. Chocamo-nos porque percebemos que o bem-estar daquelas pessoas está comprometido.
 Também percebemos hoje que os animais sencientes – aqueles que têm a capacidade de sofrer e de sentir prazer – carecem de certas condições para garantir o seu bem-estar. Portanto, podemos dizer que todo o ser senciente tem um estatuto moral – tem o interesse de não sofrer, por exemplo, e o interesse de desenvolver as suas capacidades livremente.

Logo, todo o argumento que tenta estabelecer uma distinção moral entre animais humanos e não humanos, tenta retirar aos últimos o direito a ter direitos somente por pertencerem a uma espécie diferente da nossa. Tal cai na discriminação pela espécie, o que é designado por especismo.

A mesma ideologia que suporta o especismo, está presente nas ideologias que suportam o racismo e o sexismo. Tal como o especismo, o racismo e o sexismo supõem que há diferenças significativas entre raças e sexos que justificam a discriminação e a opressão do grupo considerado inferior.

Historicamente, negras/os e mulheres foram associadas/os a animais (não humanos), onde eram caracterizadas/os como irracionais e não completamente humanas/os. Nestes moldes, negras/os e mulheres estavam suficientemente afastadas/os da humanidade. Sendo mais fracas/os e inferiores, apenas serviam o propósito de ser usadas/os pelo homem (branco).

A mulher foi (e é) muitas vezes retratada como animal, não racional, ser privado de inteligência, a quem não cabia direitos. Hoje, apesar de ter direitos, é ainda alvo de discriminação em casa, na escola, no trabalho... Retratos da mulher-animal ou mulher-objeto são vistos ainda hoje na publicidade, por exemplo, onde a violência contra corpos femininos, hunamos e não humanos, é aceite, desejável e até divertida.[1, 2]

Já durante a colonização pelo homem branco europeu, a ciência não parou de tentar provar que o negro era homem-bicho. Mais próximo do macaco que do homem, era estudado e exibido como qualquer outro animal. Ainda hoje o retrato do negro-bicho está presente em diversas imagens.[3]

As questões de opressão advêm sempre do facto do grupo dominante identificar alguma característica no grupo oprimido que o torna, na opinião do opressor, inferior.

Veremos sempre os outros como os nossos olhos, quer sejam homens, mulheres, brancas/os, negras/os, ciganas/os, ou animais não humanos. Sendo membros da mesma espécie, já é muitas vezes difícil compreendermo-nos. Portanto, dificilmente saberemos algum dia como é ser um outro animal. Mas sabemos que animais sencientes sofrem; que as vacas querem estar perto das suas crias; que as ratazanas são capazes de ser altruístas.[4] Todos estes são seres complexos que procuram o que necessitam para terem uma boa vida.

Portanto, se os direitos humanos existem porque queremos viver numa sociedade em que respeitamos toda a vida humana, dando-lhe condições para uma boa vida, então, teremos de caminhar para uma sociedade que dá o direito a uma boa vida a elementos de outras espécies.

[1] Exemplos em: http://responsiblemen.wordpress.com/tag/violence/

[2] http://www.nonhumanslavery.com/speciesism-racism-and-sexism-intertwined

[3] Ver, por exemplo: http://misterfurious.blogspot.pt/2008/04/king-or-kong.html; http://themoderatevoice.com/106893/racist-orange-county-republican-email... http://www.albumartexchange.us/2010/11/rapper-sheek-louch-reveals-contro...

[4] http://www.plosbiology.org/article/info:doi/10.1371/journal.pbio.0050196

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Boas Notícias!

A partir de 2013 no habrá corridas de toros en San Sebastián según su alcalde, de Bildu
"
  • El alcalde de San Sebastián, de Bildu, ha confirmado que no se renovará la concesión de la plaza con "ninguna empresa taurina".
  •  
  • El Gobierno local va a apostar por el uso deportivo del complejo de Illumbe.


El alcalde de San Sebastián, Juan Karlos Izagirre, ha confirmado que el Ayuntamiento no tiene previsto renovar la concesión de la plaza de toros del recinto donostiarra Illumbe, que finaliza este año, con "ninguna empresa taurina".

En una rueda de prensa celebrada en la capital guipuzcoana, Izagirre, acompañado de la delegada donostiarra de Cultura, Nerea Txapartegi, ha realizado balance de la Semana Grande de este año, finalizada el pasado sábado, se ha referido a las corridas de toros que, según ha apuntado, van a dejar de tener lugar en Illumbe.

En este sentido, ha señalado que el Gobierno local de Bildu va a apostar por el uso deportivo del complejo de Illumbe que "podría llegar a ser incompatible con las corridas de toros".

Según ha explicado, este año se le acaba la concesión de la plaza a Nuevo Desarrollo de Anoeta y, además, "no tienen obligación con los abonados". Además, ha considerado que "no se puede mantener" el recinto de Illumbe solo "para hacer siete corridas de toros al año". "


Texto tomado de, consulta aquí: http://www.20minutos.es/noticia/1567627/0/2013-no-habra/corridas-de-toros/San-Sebastian/

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

POWDER: Suffering ...



Ora aí está uma lição...agora que reabriu a época da caça...
E aplicar este "tratamento de choque" aos toureiros? Certamente que sentiriam o "espetáculo" de outra forma, pela perspetiva do touro.

"Viana do Castelo, Cidade Anti-Touradas Sempre" por PróTouro

Em memória dos touros torturados hoje (ontem) em Viana do Castelo



"Os torturadores e abusadores de animais deste país, conseguiram hoje (ontem), manchar de sangue uma cidade isenta dessa bárbarie.

Tudo o que aconteceu e que levou a que esta gentalha conseguisse os seus espúrios intentos, só nos prova uma coisa, este país está a saque, já se vendeu aos grandes grupos económicos, e agora vendeu-se a um grupo altamente suspeito que nada em dinheiro e compra tudo e todos. Quem é esta gente, em que círculos é que se movem?

Perguntamos e temos o direito a uma resposta. Já não estamos a falar de um grupelho de aficionados, esta gente é mais do que isso, têm interesses poderosos por trás. Algo cheira muito mal em todo este processo e os cidadãos deste país têm o direito de saber quem são estas pessoas que só se movem por dinheiro. De onde é que vem esse dinheiro?

Pagam polícias para fazerem segurança, pagam helicópteros ou avionetas para captarem imagens aéreas da praça de touros instalada em terrenos da rede Natura 2000!
Não tenhamos a menor dúvida de que esta gente tem muito dinheiro, porque o que investiram para organizar esta tourada, é muito mais do que o que vão lucrar com ela.
Esta gente é perigosa, conseguiu impôr a uma cidade os seus ditames em nome de um falso direito cultural.
Apelidam-nos de terroristas! Quem é que são os terroristas neste caso? "

Prótouro
Pelos touros em liberdade

Fonte: http://protouro.wordpress.com/2012/08/19/viana-do-castelo-cidade-anti-touradas-sempre/

"E eu a vê-los passar" - Opinião - DN

"E eu a vê-los passar" - Opinião - DN

"Havia um anúncio de que muitos portugueses acima dos 40 anos se lembram: promovia um carro que se distinguia por ser extremamente económico. Pelo menos, assim o dizia o fabricante. No spot aparecia um funcionário de uma área de serviço a lamentar-se: "E eu a vê-los passar..." O carro já passou à história, embora precisemos de modelos poupadinhos, nestes tempos de aumentos semanais do preço dos combustíveis, como acontece hoje. A frase ficou. O slogan era tão bom que resistiu ao tempo. E porque, em boa medida, até retratava um Portugal que se senta calmamente a ver os acontecimentos que passam à sua frente.

Ontem, cavaleiros, toureiros e público passaram à frente da polícia a caminho de uma praça de touros móvel onde ia realizar-se uma corrida. Os elementos fardados estavam ali para fazer cumprir uma decisão do tribunal, não necessariamente a lei. Era ou não legal realizar-se uma tourada em Viana do Castelo? Chamada a decidir, a Justiça deu cinco dias aos organizadores para se pronunciarem. Depois decide. Quando o fizer, já o recinto terá sido desmontado e terá partido para longe.

É a política do "E eu a vê-los passar...". A mesma que se segue na costa portuguesa, onde radares velhos foram desativados e os novos estão por montar e ligar. Os traficantes agradecem, enquanto descarregam fardos de droga nas nossas praias. "E eu a vê-los passar..." Nem o anúncio que funcionou tão bem para vender o carro conseguiria vender um país assim."

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/opiniao/editorial.aspx?content_id=2727079&page=1

sábado, 18 de agosto de 2012

Tourada este domingo em Viana do Castelo

Tourada este domingo em Viana do Castelo

Uma vitória ou uma derrota para a causa abolicionista ?

Contributos para uma reflexão

A ilegalidade que vai acontecer este domingo em Viana do Castelo com a realização duma tourada na Freguesia da Areosa em terrenos ecológica e agricolamente protegidos como reserva natural, (REN e RAN), contra a decisão do Município que a proibiu e que definiu Viana do Castelo no inicio de 2009 como cidade Anti-touradas, e sem sequer serem consultadas as entidades que superintendem estes espaços protegidos (a CCDR-N e a Entidade Regional da Reserva Agrícola Nacional) deve merecer de parte de todos os abolicionistas da tauromaquia uma reflexão profunda e madura sobre se estamos perante mais uma derrota neste percurso para a abolição das touradas em Portugal e no mundo, ou se pelo contrário estamos perante mais uma vitória a juntar a tantas outras que se somam quase diariamente por esse mundo fora.

Como tenho estado muito perto e por dentro dos desenvolvimentos de todo este processo desde que o Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga decretou que autoriza a Prótoiro a montar o recinto nos terrenos da Areosa, gostava de partilhar algumas reflexões com todos vós.

Em primeiro lugar é muito significativo que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Eng.º José Maria Costa, logo a quando o pedido de licenciamento da corrida de touros o tenha indeferido liminarmente e afirmado que Viana do Castelo é desde Fevereiro de 2009 uma Cidade Anti-touradas e que portanto este tipo de espectáculos não são autorizados na cidade.

Surpreendentemente, o Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, considerando a tourada uma manifestação cultural idêntica à música e ao teatro, e de que ninguém pode ser privado, decretou que se autorize a instalação do recinto nos terrenos ecologicamente protegidos solicitados pela Prótoiro, na Freguesia da Areosa.

A partir daqui a Prótoiro entendeu que tinha realmente feito uma grande conquista e embandeirou em arco esta possibilidade. E ai estarão eles no domingo a massacrar mais meia dúzia de bichos inocentes para gaudio de uns quantos adeptos da violência e do sangue.

Os abolicionistas, profundamente revoltados perante este acto, primeiro porque é completamente ilegal, segundo porque é uma afronta à vontade da população e da edilidade, terceiro porque surge como resultado de manobras com contornos extremamente esquisitos e estranhos, quarto porque faz parte da natureza intrínseca da sua consciência rejeitarem o sofrimento alheio seja ele qual for, mas pior ainda quando exercido sobre seres inocentes, acossados, num jogo injusto de onde saem sempre derrotados, decidiram convocar diversos protestos a horas diferentes, em locais diferentes de Viana e com motes diferentes.

Bem hajam !

Mas a pergunta fundamental é esta “Estamos perante uma derrota da causa, um passo atrás no processo abolicionista em Portugal, com esta tourada numa cidade onde desde 2008 não havia nenhuma ? Ou poderá este processo ser considerado uma mais vitória a juntar às que quase diariamente se registam por esse mundo fora, como dizia acima ?”

Antes de mais, refira-se que nestes protestos irão estar presentes juntamente com os abolicionistas, o actual Presidente da Camara de Viana do Castelo, Eng.º José Maria Costa, no Jardim da Marina, bem como o seu antecessor e autor da declaração de Viana como Cidade Anti-Touradas, Dr. Defensor Moura. Isto é extremamente significativo e confirma a postura e a declaração feita em 2009 pelo autarca de então: Viana do Castelo é e continuará a ser uma cidade Anti-Touradas apesar da tourada de domingo na Areosa, a qual deve ser entendida como um acto isolado e descabido.

Não há dúvidas que com todo este processo Viana se afirmou ainda com mais força como Cidade Anti-Touradas no país e no mundo, e isto constitui uma grande vitória para esta causa.
A única cidade que até há pouco tínhamos como bandeira da causa abolicionista em Portugal está agora mais forte que nunca na sua posição e irá tomar todas as medidas para que um acto como este nunca mais volte a acontecer dentro do perímetro do concelho de Viana.

A juntar a esta, outra grande vitória é o facto de que antes tínhamos um autarca abolicionista convicto, o Dr. Defensor Moura, e agora duplicámos o número e temos dois, pois todos temos até ficado agradavelmente surpreendidos com as diversas declarações de grande convicção feitas pelo Eng.º José Maria Costa ao longo desta semana sobre a sua (e de Viana) oposição à tauromaquia.

E não só afirmou a posição de Viana, que era orgulhosamente a única cidade anti-touradas em Portugal até há pouco, como agora o Senhor Presidente da Camara de Viana fez a proposta de que seja criada uma Associação de Municípios Anti-touradas em Portugal que englobe todos os municípios que não se revém nesta prática caduca, e que querem abraçar o progresso civilizacional que está a acontecer por esse mundo fora e no nosso país também.

Além disso, com todo este processo, e pelos melhores motivos, Viana do Castelo está neste momento nas bocas do mundo e a Autarquia está a receber diariamente centenas de cartas de apoio e de felicitações vindas do mundo inteiro pela sua firme convicção de ser e permanecer uma cidade anti-touradas.

Por outro lado, a cobertura mediática que esta causa tem tido ao longo desta semana e nos próximos dias tem sido enorme, e isso tem um valor imenso e deve ser também registado como um facto altamente positivo para a causa abolicionista.

E com toda essa cobertura mediática, e com tudo o que se tem falado e escrito sobre Viana do Castelo, sem dúvida que o número de pessoas sensíveis ao quão nefastas são as touradas aumentou significativamente ao longo deste dias e nos dias que se vão seguir com todo este processo de Viana do Castelo. Ou seja, o número de abolicionistas é agora muito maior com este processo da tourada este domingo em Viana do Castelo.

Por outro lado ainda, e este facto é da maior importância, gerou-se entre os abolicionistas e as diversas organizações que lutam por esta causa um forte espírito de união e de conjugação de esforços que é notável e que deve ser nutrido e fortalecido por todos.

Sem dúvida que esta lista de aspectos positivos resultantes deste processo de Viana podia ainda continuar por aqui abaixo com muitíssimas mais coisas que já conquistámos ao longo destes dias e que jamais retrocederão no processo de evolução civilizacional em que Portugal está também envolvido.

Mas ainda assim, e apesar de todos estes pontos altamente positivos e vitoriosos para a causa abolicionista poderíamos dizer.
Sim, mas a tourada vai fazer-se à mesma. Há 6 touros que vão ser massacrados, há cavalos que vão sofrer, e mais uma vez Viana vai ter uma tourada depois de não haver nenhuma desde 2008.
Sim, sem dúvida. Isso vai acontecer.
E isso não é mau? Pode perguntar-se.
Sim, claro que é, e a mim dói-me profundamente que estes animais sejam brutalizados este domingo na Areosa e que haja conterrâneos meus que aplaudam essa brutalização. Isso é gravíssimo e muito triste.

Mas ainda assim acho que devemos ter uma perspectiva de longo prazo.
Estamos todos a lutar pacificamente numa guerra difícil e complexa em que por vezes se perdem batalhas e por vezes se tem de recuar.
Barrancos, aqui há uns anos, foi também uma batalha perdida. E que longa batalha foi a de Barrancos, ao longo de todos aqueles anos !
Mas neste momento estou absolutamente convicto de que a nossa causa e todos nós saímos muito mais fortes e coesos, e que se estão a dar passos muito sólidos e significativos para a inevitável vitória que será a abolição de todas as touradas no nosso país.

Temos no entanto ainda um grande desafio pela frente. E acho que deve ser essa a nossa principal preocupação neste momento.
Temos de continuar a unir a nossa causa abolicionista. Temos de nos unir cada vez mais em redor do nosso objectivo comum, pois só assim teremos a força para acabar com a tauromaquia neste país.
Quanto mais sentirmos que estamos todos no mesmo barco, que queremos todos os mesmos objectivos; e quanto mais unidos e solidários formos uns com os outros em todos os momentos, mais fortes seremos e mais longe podemos chegar na promoção dos nossos ideais.

Haverá diferenças e divergências de opinião ? Sim sem dúvida.
Isso é extremamente saudável e deve ser bem-vindo.
Com maturidade e abertura devemos saber acolher as diferenças de forma, de estilo, de preferências, de prioridades, etc., pois temos algo muito forte que nos une; algo único que nos distingue e identifica, e algo que nos deve orgulhar a todos e a todas que é o de queremos ver o fim do sofrimento animal no nosso país e de que os animais possam também ter o direito a viver uma existência livre de sofrimento e maus-tratos de acordo com a sua natureza.
Este é um valor muito nobre, muito belo e deve ser altamente aplaudido e enaltecido por todos e por todas.

Bem hajam abolicionistas !

Autarca que criou Viana “anti-touradas” afirma que tribunal “desautorizou” câmara - Local - PUBLICO.PT

Autarca que criou Viana “anti-touradas” afirma que tribunal “desautorizou” câmara - Local - PUBLICO.PT

Em declarações à agência Lusa, o ex-presidente da câmara, que fez aprovar em 2009, apenas com os votos favoráveis do PS, a declaração de cidade “anti-touradas” admitiu que “já se esperava que, mais tarde ou mais cedo, a indústria tauromáquica investisse sobre Viana”.

“Foi este ano que o poderoso lóbi das touradas apareceu, com o propósito de esmagar exemplarmente a vontade da cidade que simbolicamente se ergueu contra a barbárie”, aponta Moura, que concorreu à Presidência da República em 2011.

Segundo Defensor Moura, desde 2008 - data em que se realizou a última tourada na cidade - “ninguém sentiu a falta da tourada” em Viana do Castelo, que “viveu tranquilamente a sua festa maior sem acolher no seu seio o bárbaro espectáculo”.

Comunicado enviado para a Câmara Municipal de Viana do Castelo